Músicas

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O pecado do prazer - Micro conto

Eu tenho saudade de brigar pela causa religiosa, tenho saudades da época em que eu era coroinha e aquele padre magia de 30 e poucos anos me alisava com segundas intenções.
Na infância eu tinha uma energia de atração, era como se um terceiro sexo se encaixasse e tomasse conta de mim, minha mente era outra. Detestava carrinhos, esconde-esconde eu só brincava se houvesse segundas intenções, eu nunca enxerguei as coisas com pureza e olha que sempre detestei essa palavra, eu não queria ser puro, queria me satisfazer, a vida é muito curto e os meios que me faziam pensar assim eram os melhores para o meu eu.
Nunca tive um conflito interpessoal, sempre soube o que eu estava fazendo, a hora de começar e parar. Observava tudo e todos antes de fazer qualquer ato libidinoso, a discrição era meu alicerce para minhas satisfações, uma mente prodígio com tão pouca idade.
Olhava para umas amigas da época e todas eram tão cafonas, tão caretas, era fácil seduzir os cafajestes tarados que necessitavam de algo diferente, inovador, único, eu era a verdadeira puta do capitalismo, roubava beijos e fazia coisas absurdas e sempre após isso eu fingia que não tinha ocorrido minha cara irônica sempre foi um mistério, minha persuasão uma dádiva incrível e invejada.
Sou o pecado todo escupido numa matéria que um dia vai ter fim, aproveitei minhas vontades e não me abstive de realizá-las mesmo que com parceiros proibidos, esses que vinham até mim e eu sempre estendia a minha mão.

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